Na educação especial de deficientes visuais, os recursos didáticos podem ser obtidos por uma das três seguintes formas:
Seleção: Dentre os recursos utilizados pelos alunos de visão normal, muitos podem ser aproveitados para os alunos cegos tais como se apresentam. É o caso dos sólidos geométricos, de alguns jogos e outros;
Adaptação: Há materiais que, mediante certas alterações, prestam-se para o ensino de alunos cegos e de visão subnormal. Neste caso estão os instrumentos de medir, como o metro, a balança, os mapas de encaixe, os jogos e outros;
Confecção: A elaboração de materiais simples, tanto quanto possível, deve ser feita com a participação do próprio aluno. É importante ressaltar que materiais de baixo custo ou de fácil obtenção podem ser freqüentemente empregados, como: palitos de fósforos, contas chapinhas, barbantes, cartolinas, botões e outros.
Para os alunos de visão subnormal, matriculados no Ensino Fundamental e Médio foram utilizados os seguintes recursos didáticos:
– cadernos com margens e linhas fortemente marcadas e espaçadas;
– lápis com grafite de tonalidade forte;
– caneta hidrocor preta;
– impressões ampliadas;
– materiais com cores fortes e contrastantes.
Na seleção, adaptação ou elaboração de recursos didáticos para alunos deficientes visuais, os professores envolvidos levaram em conta alguns critérios para alcançar a desejada eficiência na utilização dos mesmos, tanto para crianças cegas como para as crianças de visão subnormal segundo Cerqueira e Ferreira (2000). Segue os critérios:
Tamanho: os materiais foram confeccionados e selecionados em tamanho adequado às condições dos alunos. Materiais excessivamente pequenos não ressaltam detalhes de suas partes componentes ou perdem-se com facilidade. O exagero no tamanho pode prejudicar a apreensão da totalidade (visão global).
Significação Tátil: o material didático possuía um relevo perceptível e, tanto quanto possível, constituía-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes componentes. Contrastes do tipo: liso/áspero, fino/espesso, permitiram distinções adequadas.
Aceitação: o material não provocou rejeição ao manuseio, fato que ocorre com os que ferem ou irritam a pele, provocando reações de desagrado.
Estimulação Visual: os recursos didáticos apresentavam cores fortes e contrastantes para melhor estimular a visão funcional do aluno deficiente visual. 319• Fidelidade: o material tinha representação tão exata quanto possível do modelo original.
Facilidade de Manuseio: os materiais didáticos como jogos, mapas e maquetes eram funcionais e de manuseio fácil, proporcionando ao aluno uma prática utilização.
Resistência: os recursos didáticos foram confeccionados com materiais que não se estragavam com facilidade, considerando o freqüente manuseio pelos alunos, sendo os quebra-cabeças e jogos, na medida do possível, plastificados.
Segurança: os materiais não ofereceram perigo para os educandos. A dificuldade de contato com o ambiente, por parte da criança deficiente visual, impõe a utilização freqüente de modelos com os quais podem ser razoavelmente superados problemas de: tamanho dos objetos originais, distância em que se encontram e impossibilidade de contato.
A melhor maneira de se dar ao aluno deficiente visual a noção do que seja uma montanha, por exemplo, é mostrar-lhe um modelo deste acidente geográfico. Ainda que se considere a possibilidade de a criança subir a elevação, terá ela apenas a idéia do caminho percorrido, assim, além do percurso foram desenvolvidas diversas maquetes buscando exemplificar geograficamente a diversidade de forma funcional.
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